sábado, 19 de outubro de 2013

Pensamento 1


(Ciência Viva)

Estrelas derretidas sobre um manto de luxúria manchado 
pelo o sangue dos que vão ao embate pela sua própria ira, 
o céu se fragmenta em pedaços de ódio e a lua menstrua a dor terrestre. 

Pernas destrambelhadas e braços impotentes, 
arco-iris monocromáticos, nem em lá nem cá, muito menos entre, 
o agora escorrega entre os dedos de um pardal que grita pela sua imunidade das doenças do ócio, não tem asas e muito menos bico, seus olhos costurados apenas demonstra o nojo de ver as crueldades carnais, quanto mais grita, 
mais meus tímpanos entorpecidos agradecem, 
mas agradecem de forma esganiçada, 
pois nem socorrido fui por aqueles que agora tentam me matar, o que? 

Agulhas dançam em minhas artérias, a valsa para despistar a sensação de que me causam dor, pontes enaltecidas por rostos de fuligem pura, hipócrita, apócrifa, necrófila. Nuances causados pelos orgasmos de vulvas frigidas e sem prazer nenhum, ambiente seco e sem decência, luxo sobre o lixo, riqueza por cima da dor, dor por cima de sorrisos robóticos e armados por fios horrendos do mestre de marionetes então desconhecido pelas mesmas, não vou, não quero, não posso,

devo? 

Devo consumir esta grama de espirito por quem 
acumula toneladas e mais toneladas dele? 

Agora eu já caí, agora eu já observo a espiral ridícula e imunda de seres que se entrelaçam em linhas de falsidade, que de tão falsas e quebradiças que fazem da espiral uma tormenta estupida de seres arremessados ao ermo, e eu vou até o olho da tormenta, feliz, quieto e calmo, minhas preocupações foram arrancadas e espalhadas em meio ao turbilhão,
 sou só o interior pronto a me unir ao centro da galaxia que brilha em pura paz, 
eu estou em mim mesmo...

- Castor