domingo, 13 de outubro de 2013

Líquido Lânguido.

im Sorry...

Dor é sentir o peso do que corre em minhas artérias, dor é senti-lo desaguar como uma corredeira por todo o meu corpo, é como sentir milhares de lâminas dançado por meus fluidos.

Este fardo tirou-me as asas, privou-me da visão e agora mira minha voz, agora é tentar levantar a cabeça com o pouco de orgulho que teu anjo deixaste em minhas mãos, mas então me vem a pergunta: Estou desistindo, ou realmente este é o fim?

Fim de que? Fim de quando? Fim de onde? Quem dera fosse fim da dor, fim desta era, fim deste lugar, mas aparenta ser fim deste ser, do tempo deste e do espaço que ele ocupa no vasto universo.

Mas algo me acorda desta visão, algo dá corda neste brinquedo inerte, algo o faz movimentar-se, este algo tem por nome "Dor". Seja auto-infligida, seja presenteada por terceiros, presenteada? Neste estado, a dor já é algo que me mantém real, a única forma de estar vivo, é sentido-a escorrendo por mim.

E quando a dama pálida me toca, eu respondo extasiado gritando: Eu estou vivo!!! Eu estou aqui!!! Esta é a minha forma de estar vivo... E o resultado final de tudo isso, é a obra de arte líquida carmesim, que retira o peso, que por instantes me faz retomar o voo e perder o senso de altitude, logo após estou de volta ao chão úmido e aos pingos do chuveiro.


- Castor